terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Bola de Cristal do Gerenciamento de Projetos


Para quem trabalha com gerenciamento de projetos, é  uma grande verdade  que todo projeto em sua essência é um ambiente de incertezas, porém percebo que é relativamente comum, passarmos por situações em projetos, cujas quais nos deixam surpresos pelo nível de previsibilidade . Digo, problemas que poderiam ser facilmente detectados, mas que por algum motivo passam por desapercebido pelo gerente de projeto, ou até mesmo pela própria equipe de projeto.

Certa vez trabalhei com um gerente que parecia ter o dom da previsibilidade (o que ele falava, acontecia), era incrível, as vezes conseguia projetar situações com precisão de dias,  chegávamos até  a fazer apostas com a equipe de projeto se tais "previsões" aconteceriam ou não.  Alguns até desconfiavam que ele possuía a tão famosa bola de cristal, pois sempre parecia estar 2 ou mais passos à frente de todos.

Não que eu acredite uma bola de cristal seja  capaz de prever problemas de projetos, mas entendo que uma outra força mágica , chamada  "Experiência", por muitas vezes pode prover um "poder especial"  para resolver situações antes mesmo que elas ocorram, ou que no mínimo nos permita ter uma postura mais profissional e serene em relação as dificuldades, que naturalmente ocorrem no gerenciamento de qualquer tipo de projeto.

Sem dúvidas com o passar do tempo o gerente de projetos cria uma  espécie de "base de conhecimento ", a respeito dos problemas enfrentados nos projetos sob sua gestão. Mas acredito que a real "magia" não esteja apenas no fato de viver horas de voo em gerenciamento de projetos, mas sim, em como vivenciar essas horas de voo.

 No livro "As aventuras de Sherlock Holmes" de Arthur Conan Doyle, há um trecho no primeiro capítulo (Um Escândalo na Boêmia), onde Holmes pacientemente descreve a diferença entre  ver e observar

[…]Fez-me rir a simplicidade com que explicou seu processo dedutivo.– Quando ouço as suas razões – observei -, tudo parece tão simples que logo penso poder fazer o mesmo, embora a minha perplexidade aumente a cada fase do seu raciocínio, até o momento em que você explica o seu processo… Todavia, creio que meus olhos são tão bons quanto os seus. 
– Sim, perfeitamente – respondeu ele, acendendo um cigarro e deixando-se cair numa poltrona. 
– Você enxerga mas não observa. A diferença é clara. Por exemplo, você já viu muitas vezes os degraus que levam do hall até esse quarto. 
– Frequentemente. 
– Quantas vezes? 
– Ora, centenas de vezes. 
– Então quantos são? 
– Quantos? Não posso saber. 
– Pois bem! você não os observou. mas tem visto todos eles. Este é o ponto. eu sei que há 17 degraus, pois eu os vi e observei. Já que você parece interessado nesses pequenos detalhes, e uma vez que tem tido a bondade de tomar nota de algumas de minhas corriqueiras experiências, talvez venha a se interessar por isso. […] 



Elementar meu caro " GP ! "

WR.


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